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Hugo Farinha, ROOX
Apesar de esta ser uma expressão usada e abusada nos dias de hoje, muitas vezes com o objetivo de transmitir que algo é supermoderno e complexo, creio que muitas pessoas não conhecem ainda a simplicidade do que a IoT por base representa.
O que é então a Internet of Things (IoT) de uma forma simples? É uma rede de diferentes tipos de dispositivos, ligados à Internet, que são capazes de coletar e trocar informação.
Simplificando ainda mais, o conceito na realidade já é antigo. Se considerarmos a forma como os nossos tradicionais computadores já estavam ligados à internet, podiam ser controlados remotamente, recebiam e trocavam entre si informação, isto já era Internet of Things.
A IoT, comercialmente falando, está a cima de tudo associada a sensores e ao controlo de dispositivos inteligentes que antigamente não passavam de equipamentos que se ligavam ou desligavam localmente.
A Gartner estima que em 2020 teremos já cerca de 25 biliões de dispositivos nesta categoria. Isto dá mais de 3 dispositivos IoT por habitante da terra, sendo que atualmente apenas 5 num total de 7,5 biliões de habitantes tem Smartphone.
No mundo pessoal, a acessibilidade, o conforto, o aumentar natural de multitasking são virtudes fáceis de imaginar e que já podemos viver no dia a dia. Mas quais as vantagens da IoT para o mundo profissional que mais lentamente, em algumas industrias, está a abraçar este movimento?
Vamos imaginar concretamente o dia de uma Sociedade de Advogados que abrace a IoT na sua plenitude.
O Jason chega ao escritório e a sua entrada é registada automaticamente através da App da sociedade que autonomamente interagiu com os sensores Bluetooth e beacons que existem fixos à entrada do escritório.
Ao entrar no elevador, o mesmo identifica os presentes através do seu smartphone e, caso não indiquem qualquer outro piso, o próprio seleciona automaticamente os pisos onde cada recurso se encontra alocado.
O Jason, que partilha um open space, ocupa a sua secretária e começa a verificar os emails. Entretanto, o sistema de refrigeração da sala percebe que se encontram mais pessoas na sala e, portanto, calibra a sua atuação gerindo de forma eficiente o consumo de energia conforme a quantidade de pessoas.
Com o passar do tempo, o Jason apercebe-se que já está quase atrasado para uma reunião e começa a arrumar para sair. Enquanto ocupa as suas mãos a colocar tudo dentro da pasta, lembra-se que necessita de duas coisas:
Com a sua voz indica: “Alexa, get me an UBER. Send me the last report for StarEnterprise company”. Com este pedido, enquanto arrumava as suas coisas, conseguiu garantir a chamada de um UBER para a porta do escritório e o envio por email do último relatório da empresa StarEnterprise para consultar a caminho da reunião.
De regresso ao escritório, prepara a chegada de outro cliente para uma reunião. São atribuídos cartões identificativos de visitante ao cliente que, previamente associados e configurados pelo departamento de Marketing, farão todos os ecrãs do escritório, presentes no caminho, personalizar-se à sua passagem com a imagem corporativa do mesmo.
A caminho de casa, consulta a lista de compras que foi parcialmente alimentada pelos “dash buttons” colocados na dispensa, os quais são pressionados cada vez que um produto acaba.
Face à temperatura ambiente, que é alta, e pelo facto de ter entrado num raio de 5KM de distância a caminho de casa, o ar condicionado liga automaticamente de forma à temperatura estar a ideal assim que entrar.
isto que é Sexta-Feira, e o Jason gosta sempre de entrar com um mood festivo em fim-de-semana, a sua configuração para reprodução automática da playlist “happy weekend” é acionada e começa a reproduzir na sua sala assim que o beacon em casa deteta a sua presença.
Por fim, e de forma a não cozer demasiado o seu jantar, feito ainda numa tradicional panela não inteligente, o Jason profere “Alexa, set timer to 10 minutes” e é avisado com sucesso no momento de desligar o lume.
Todos estes exemplos são já possíveis e deixam-nos a um passo de mudar drasticamente o dia a dia como o conhecemos. A IoT veio para ficar, as infraestruturas nunca mais serão as mesmas, nem a Internet será apenas a casa do “www”. Tudo junto representa o novo meio onde nos inserimos e com o qual interagimos.